A gente sabe que a ventilação é um tema que tem sido muito importante por estar diretamente vinculada com a forma de contaminação do Coronavírus. Durante o cenário mais restrito da pandemia foi visto, inclusive, o fechamento da maior parte dos pontos comerciais, pois eles promoviam uma certa aglomeração diante de um vírus que é altamente contagioso a partir do ar.
Em vista de que, atualmente, grande parte dos estabelecimentos voltaram a funcionar, é extremamente importante ainda zelar pelos cuidados, pois o COVID ainda é uma realidade que necessita de muita atenção. Desse modo, vemos como essencial analisar as demandas que o espaço físico apresenta em relação aos requisitos básicos de ventilação e, dessa maneira, procurar utilizar a ventilação natural e mecânica de forma integrada e complementar, para que assim, você possa não somente economizar energeticamente e financeiramente dizendo, mas, principalmente, propiciar uma maior segurança e bem-estar (em relação ao conforto térmico) aos frequentadores.
Nesse contexto, vamos trazer aqui 5 dicas de como você pode viabilizar a ventilação a partir das novas medidas de segurança para enfrentamento da Covid-19.
1ª dica: Priorize a ventilação natural do espaço!
Assim, avalie os locais de abertura e as superfícies de abertura, considerando novas aberturas em potencial (acrescentar/alterar as dimensões das portas e janelas).
Existem cálculos e profissionais específicos que dimensionam a área das aberturas, que devem ser posicionadas de forma estratégica também. Porém a gente sabe que abrir janelas e portas nunca é demais para a promoção de uma boa circulação do ar.
2ª dica: Considere viabilizar a ventilação cruzada em vez da ventilação unilateral.
A ventilação cruzada ocorre quando há aberturas em ambos os lados de um ambiente. O ar flui de um lado da edificação e sai do outro lado por uma janela ou porta, por exemplo.
A ventilação cruzada é geralmente conduzida pelo vento e é extremamente importante que um profissional da área estude quais são as fachadas positivas e negativas para, assim, traçar aberturas de forma estratégica, pois a colação de aberturas em pontos errados sabota a circulação do ar.
3ª dica: Se tratando de ventilação mecânica, promover manutenções preventivas e corretivas dos equipamentos de climatização conforme as orientações do fabricante.
O ideal é que a manutenção dos filtros de ar seja realizada mensalmente, de modo a impedir o aumento no consumo de energia e a proliferação de partículas contaminantes que podem ser nocivas à saúde humana. É válido frisar ainda que é extremamente importante seguir as normas dos fabricantes, pois cada aparelho apresenta uma especificidade própria.
4ª dica: Instalação de extratores de ar ou exaustores eólicos a fim de contribuir para melhorar o efeito chaminé de outras estratégias de ventilação natural.
O exaustor é eficiente pois as gorduras e os fumos não são transformados, na verdade, são rejeitados para o exterior, dessa forma, ele não apresenta risco de gerar odores desagradáveis, podendo ser utilizado tanto em cozinhas industriais como em salões também.
Outra vantagem do exaustor: o duto pode ser colocado na parte externa, assim, é possível instalar o motor do próprio dispositivo ao ar livre, o que reduz o ruído causado pela operação do dispositivo.
5ª dica: Se nenhuma outra estratégia puder ser adotada, considere o uso de um purificador de ar independente com filtro MERV 14/F8
Nós colocamos essa dica diante do seguinte item do anexo:
“Quando utilizado sistema de climatização do tipo split, recomenda-se que as portas e janelas sejam mantidas abertas ou que seja adicionado sistema de renovação de ar, observada a viabilidade técnica ou operacional.”(item 6.2.2, ANEXO da portaria nº14/2022 do MTP/MS)
O uso de sistema split e unidades de fan coil (serpentina) é desencorajado uma vez que são difíceis de manter, promovem pouca filtração e contribuem para a turbulência, aumentando potencialmente o risco de infecção. Além disso, deixar as janelas e as portas abertas, ao mesmo tempo em que o ar-condicionado está ligado, aumenta o consumo de energia e ainda pode prejudicar o tempo de vida útil do equipamento.
Desse modo, é preferível utilizar um purificador de ar que deve ser posicionado em áreas usadas por pessoas e próximo a elas, sendo que a capacidade de ar do aparelho deve pelo menos cobrir a lacuna entre o requisito mínimo e a taxa de ventilação medida.
Observação: Considere que o ar recirculado filtrado não substitui a ventilação em nenhuma circunstância.
Portanto, nota-se que investir nessas alterações de circulação do ar é crucial no momento vigente e como essas adaptações não são tarefas fáceis de serem executada, o ideal é investir em um profissional da área (que pode ser um arquiteto ou um engenheiro), para que, assim, você fique a par das novas medidas de prevenção e, inclusive, tenha um resguardo (a médio/longo prazo) no seu bolso, pois com certezas as contas elétricas virão mais baratas com o investimento maior, principalmente, em ventilação natural.
Confira a Portaria na íntegra aqui.