Apesar do otimismo gerado nas últimas semanas, certamente ainda existem enormes desafios para a retomada da atividade turística no Brasil e no mundo, pois os efeitos da maior crise da história do setor devem perdurar nos próximos meses, com uma recuperação gradativa para as empresas de toda a cadeia produtiva.
Precisamos lembrar que essa crise não foi causada por fatores internos ao próprio turismo, decorrentes da falta de competitividade das empresas, mas a atividade foi impactada por uma fortíssima variável externa: a pandemia mundial da Covid-19. Contudo, nestes momentos atuais, os empreendedores necessitam superar-se, utilizando as melhores capacidades como resiliência, criatividade, persistência, capacidade de analisar o mercado e agir de forma estratégica, bem como liderar em tempos difíceis.
Decorridos mais de cinco meses, com praticamente uma “parada total” nos destinos de lazer, o mercado começa a dar sinais de reaquecimento, com os consumidores pesquisando e comprando viagens por todo o Brasil.
Obviamente a pandemia ainda está longe de ser finalizada, mas as pessoas sentem-se um pouco mais seguras viajando, sendo importante seguir os protocolos como distanciamento, evitar as aglomerações de pessoas, o correto uso da máscara, higienização constante das mãos, dentre outras medidas de proteção, principalmente da boca, nariz e olhos.
No caso das viagens e turismo, os protocolos nacionais e internacionais como do WTTC – World Travel Tourism Council (wttc.org/COVID-19/Safe-Travels-Global-Protocols-Stamp), do Ministério do Turismo (www.turismo.gov.br/seloresponsavel) e dos governos locais, proporcionam maior segurança os viajantes utilizarem os serviços de transporte, passeios, hospedagem e gastronomia.
Os indicadores de mercado indicam o aquecimento da busca por informações de viagens, tanto nos meios digitais como nos agentes de viagens, bem como o crescimento das vendas e da ocupação nos destinos brasileiros. Isso ocorre porque o brasileiro tem no turismo um item importante na sua cesta de consumo, hábito reforçado nos últimos anos. E o isolamento social dos meses recentes reforçou a necessidade da viagem como forma de relaxamento e cuidado com a saúde mental.
Por tudo isso, a hora é agora, o jogo está recomeçando para o turismo e você empreendedor do setor precisar agir de forma estratégica para superar os desafios e aproveitar as oportunidades.
Confira as dicas que preparamos para você conseguir isso:
- Produtos e Serviços – segurança e inovação são fundamentais.
Por um lado, os clientes esperam que as empresas adotem os controles de proteção através dos protocolos de biossegurança. Mas além disso, torna-se importante criatividade para inovar nos processos e serviços. O cliente espera ser surpreendido e encantado. O turismo é o “negócio da felicidade”. Existem muitas maneiras de criar diferenciais para o seu negócio, surpreendendo nos detalhes dos serviços em todos os momentos da presença do cliente. A redução no limite de ocupação imposta gera uma oportunidade de serviços ainda mais exclusivos e personalizados. Importante o entendimento de que o cliente não busca somente um lugar para dormir e se alimentar. São necessárias experiências que surpreendam positivamente, criando o desejo de retorno e fazendo do cliente um importante divulgador da empresa. E não esqueça de comunicar bem esses diferenciais para os seus parceiros de comercialização e também diretamente para o público final.
- Mercado alvo – clareza e foco para gerar resultados.
Avalie de forma efetiva qual a origem (localização) mais provável dos seus clientes nos próximos meses, considerando aspectos como distância e tempo de viagem, meio de transporte, tamanho da população, renda, hábitos e outras preferências que definam a escolham do destino e da sua empresa. Tenha claro os perfis de clientes com maior potencial no momento. Quanto mais profundo for o entendimento das questões como faixa etária, perfil de composição familiar, profissão e tipo de ocupação, maiores as chances de efetividade das ações de comunicação e comercialização. Lembre-se que apesar da crise, as pessoas “precisam” viajar e muitos perfis não tiveram redução da capacidade de consumo, como por exemplo, funcionários públicos, aposentados, profissionais de saúde e pessoas de muitos segmentos econômicos relacionados com a produção e comercialização de alimentos.
- Promoção – ações efetivas junto aos clientes potenciais.
Tendo a clareza dos atributos e diferenciais dos produtos, bem como quais são e onde estão os clientes com maior potencial, a ação de promoção fica mais estratégica e assertiva. Lembrando que falamos de promoção no sentido amplo do marketing, ou seja, de toda a comunicação necessária para fazer com que as pessoas comprem os produtos e serviços. O entendimento da localização dos clientes e dos seus perfis proporciona uma boa “calibragem” das ações de mídia, principalmente das iniciativas relacionadas com a comunicação digital. É importante “tocar o coração dos clientes”, com campanhas que mostrem o quanto vale a pena escolher o seu empreendimento para viver tão sonhados momentos de lazer e diversão, com segurança e proteção. Apesar da dificuldade financeira da crise, o investimento em marketing torna-se imprescindível para gerar as vendas necessárias. Tenha metas claras, desafiadoras, e realistas com o momento, definindo indicadores como faturamento, custos, lucratividade e o orçamento de marketing. Avalie mês a mês o alcance das metas e objetivos, fazendo os ajustes necessários.
- Canais de Distribuição – vendas diretas Versus a importância dos parceiros.
A capacidade para gerar vendas diretas aos clientes pode parecer o grande objetivo a ser alcançado, pensando-se na lucratividade dessas transações. Lógico que as empresas turísticas precisam estar cada vez mais preparadas para gerar receitas oriundas dos seus canais próprios de comercialização. Contar com uma estratégia digital, gerando a conversão da venda de maneira inteligente, tem sido uma necessidade premente, com muitas ferramentas disponíveis para essa finalidade. Contudo, o empreendedor deve ser realista no entendimento que a venda direta constitui somente uma parte do seu faturamento, não devendo desprezar a importância dos canais online. Lembremos da grande capacidade de investimento desses parceiros e que uma importante parte dos consumidores continua preferindo comprar por esses canais, reforçando a importância da valorização desses parceiros comerciais.
Esses pontos listados constituem uma parte das questões necessárias para o êxito na retomada do turismo, mas caso sejam observados pelos gestores do turismo, podem gerar importantes resultados.
Acredite, a retomada do turismo será mais positiva do que muitos prognósticos anteriores indicavam, desde que os governos e cidadãos tenham capacidade de lidar de forma adequada com a contenção e superação da pandemia. E que, os empreendedores do turismo entendam os novos tempos que vivemos, os quais demandam novas atitudes.
Sonhe, acredite e faça acontecer!
Helton Guerra 3 anos
Vamos ficar na torcida pela recuperação do setor!